Um pai cristão está lutando para resgatar a filha de 15 anos que foi sequestrada por um homem muçulmano, no Paquistão.
O pai, Salman Masih, tirou Muskan da escola para protegê-la do assédio de Arsalan Ali. Porém, a adolescente foi sequestrada no dia 11 de março, na cidade de Tando Ghulam Ali, distrito de Badin.
Segundo Masih, a filha foi forçada a se casar com o muçulmano e a se converter ao Islã depois que foi levada de casa.
“Já se passaram quase dois meses que estou procurando desesperadamente por minha filha menor, Muskan”, disse Masih ao Morning Star News.
“Apesar dos meus apelos à polícia para que a resgatasse, a minha filha ainda está sob custódia do seu raptor muçulmano, Arsalan Ali”, acrescentou.
Masih apresentou um relatório à polícia uma hora após o sequestro de Muskan e implorou que tomassem medidas imediatas. No entanto, as autoridades o ignoraram.
“Depois de várias horas de espera, me disseram que uma equipe de polícia viria à minha casa no dia seguinte, mas eu teria que pagar 5.000 rúpias paquistanesas (equivalente a 1.793 dólares) em 'custo de combustível'”, relatou ele.
E continuou: “A atitude indiferente da polícia ajudou o acusado a transferir minha filha para um local secreto e a realizar seu ato nocivo”.
Arsalan, com idade estimada entre 25 e 27 anos, converteu à força a filha de Masih ao Islã e falsificou uma certidão de casamento como cobertura legal para o crime.
“De acordo com os documentos que a polícia me entregou, a conversão islâmica e a certidão de casamento foram realizadas no mesmo dia em que Muskan foi sequestrada de casa”, afirmou o pai.
“No dia seguinte, Arsalan apresentou uma petição no tribunal de Justiça de Paz em Mirpur Khas em nome de Muskan, na qual afirmava que ela era uma adulta de 19 anos e se converteu e se casou por sua livre vontade. A petição também buscava proteção policial, citando supostas ameaças da família”, acrescentou.
Início dos assédios
Masih contou que sua filha reclamou que o suspeito costumava assediá-la quando ela ia para a escola:
“Não acredito que Muskan tenha ido com Arsalan de boa vontade, porque ela mesma nos contou sobre suas ações malignas. Levamos o assunto ao conhecimento da família de Arsalan, e eles nos garantiram que irão controlá-lo, mas ele não parou”.
Com isso, Masih foi forçado a interromper os estudos de Muskan. Segundo o Morning Star News, ele teme que Arsalan tenha traficado a filha para fins sexuais.
“Arsalan tem uma reputação notória na vizinhança e temo que algo ruim aconteça à minha filha se ela não for resgatada. Apelo à liderança cristã para que me ajude a encontrar a minha filha e salvá-la da exploração”, declarou o pai.
Seu advogado, Luke Victor, informou que apresentou uma moção urgente no Tribunal de Hyderabad do Tribunal Superior de Sindh contestando a petição na qual Muskan foi forçada a fazer alegações falsas sobre sua idade, conversão religiosa e casamento com o sequestrador.
“O celebrante do casamento deveria ter solicitado exame médico para determinar a idade da menina na ausência do documento oficial de nascimento, mas ele não o fez e, portanto, está sujeito a ser processado por violar a lei”, explicou Victor.
E continuou: “O tribunal também deveria ter notado a discrepância na certidão de casamento e ordenado uma investigação, mas em vez disso admitiu a declaração da criança e permitiu que ela permanecesse sob a custódia do seu suposto marido”.
“Nesses casos, é importante enviar a vítima para um abrigo até que sua idade exata seja determinada por um conselho médico”, acrescentou.
O advogado lamentou que uma divisão do Tribunal Superior de Sindh ainda não tenha analisado a petição de Masih, colocando a vida de sua filha em sério risco.
“Esperamos que o tribunal superior resolva nossa petição para audiência na próxima semana e ordene uma investigação para determinar a idade dela. É lamentável que, apesar da aplicação das leis anti-casamento infantil em Sindh, tais casamentos continuem impunes”, afirmou o advogado.
Apelo legal
De acordo com o Morning Star News, no dia 11 de abril, especialistas da ONU apelaram ao Paquistão para que fizesse alterações legais para combater a vulnerabilidade das mulheres e meninas de religiões minoritárias a casamentos forçados e conversões religiosas.
Os relatores especiais da ONU apelaram ao Paquistão para aumentar a idade legal para as mulheres se casarem a partir de 18 anos, como forma de dissuasão contra a exploração no país de maioria muçulmana.
“A exposição de mulheres jovens e meninas pertencentes a comunidades religiosas minoritárias a violações tão hediondas dos direitos humanos, e a impunidade de tais crimes, não podem mais ser toleradas ou justificadas”, afirmaram num comunicado divulgado em Genebra.
Os especialistas observaram que os casamentos infantis, precoces e forçados não podem ser justificados por motivos religiosos ou culturais. E destacaram que, segundo o direito internacional, o consentimento era irrelevante quando a vítima era uma criança com menos de 18 anos.
Atualmente, a província de Sindh é a única no Paquistão onde a idade legal para o casamento, tanto para moças quanto para rapazes, é de 18 anos. Enquanto nas províncias de Punjab, Khyber Pakhtunkhwa e Baluchistão, o mínimo para meninas ainda é de 16 anos.
O Paquistão ficou em 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.
Publicada por: RBSYS
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